Dez Recados Para 2010


1 - 'Deus não escolhe
pessoas capacitadas, Ele capacita os
escolhidos.'

2 - 'Um com Deus é
maioria.'

3 - 'Devemos orar
sempre, não até Deus nos ouvir, mas até que
possamos ouvir a Deus.'

4- 'Nada está fora
do alcance da oração, exceto o que está fora
da vontade de Deus.'

5- 'O mais importante
não é encontrar a pessoa certa, e sim ser
a pessoa certa.'

6 - 'Moisés gastou:
40 anos pensando que era alguém; 40 anos
aprendendo que não era ninguém e 40 anos descobrindo o que Deus pode fazer com um NINGUÉM.'

7 - 'A fé ri das impossibilidades.'

8 - 'Não confunda
a vontade de DEUS, com a permissão de DEUS.

9 - 'Não diga a DEUS
que você tem um grande problema. Mas diga
ao problema que você tem um grande DEUS.'

10- ‘Há propósito de Deus em todas as coisas’
[Colaborou Marcelo Tadeu Almeida]

Faz Um Milagre em Mim - Regis Danese

Prostituição - Um Crime Existencial

Em Gênesis 3:15, Deus faz uma afirmação, da qual, nem sempre, nos damos conta: de que a inimizade da serpente seria para com a mulher.

A serpente configurava Satanás e a mulher configurava a Igreja, que traria Cristo ao mundo.

Mas, para além das configurações, que falam do enfrentamento da Igreja do Antigo e do Novo Testamento para trazer o Cristo, primeira e segunda vez; nesse texto, Deus reinventa a maternidade. O que era, apenas, a forma como nos multiplicaríamos, passou a ser a única esperança da humanidade. Duma gravidez especial viria o salvador. Toda a esperança da humanidade repousava no útero de uma mulher.

Mas a mulher pagaria um alto preço, teria como seu inimigo o anjo rebelde.

Os homens entrariam nessa briga por serem descendentes da mulher. Mas, a briga principal era com ela, para impedir a vinda do ungido.

Talvez, isso explique porque a vida da mulher tem sido um inferno em todas as culturas. Os homens, que deveriam ser aliados das mulheres, protegendo-as dos ataques do maligno, mudaram de lado e colaboraram com essa caçada por tempos perdidos na memória.

De todas as manifestações dessa tentativa de destruir a mulher, fazê-la prostituta, talvez, seja a pior. E, às vezes, se faz isso dentro do casamento, porque prostituição é mais do que troca de sexo por dinheiro, é o aviltamento (*) da mulher – há culturas onde isso está institucionalizado por meio do harem - em outras pela poligamia – noutras pela permissão velada a profusão de amantes ou aventuras. E, também, se faz isso quando a mulher é convencida que sem sexo não há relacionamento possível.

Em qualquer tipo de prostituição a mulher não conta como ser humano, apenas como fonte de satisfação masculina: quanto mais serviçal, melhor! Ela não existe mais! O que existe é o macho em sua volúpia querendo satisfação plena e sem questionamento. E a única razão da existência da fêmea se sustenta em sua capacidade de dar prazer ao macho. Ela não vale pro si, vale por ele.
A gente não combate a prostituição como pecado moral, combate-a como crime existencial, porque a alma da mulher é devorada e o que resta é a sua capacidade de satisfazer a uns e enriquecer a outros: homens que a usam e exploram a seu bel prazer.

Os Céus revoltam-se, a prostituição amesquinha a mulher e insulta a Deus, que, com a mulher, fez um pacto especial, fazendo dela a portadora da esperança da humanidade, não só por trazer o Cristo, mas por ser, na maternidade que carrega no coração, a certeza de que Deus continua investindo na humanidade.

Ariovaldo Ramos
* aviltamento = desonra, humilhação, rebaixamento

Fonte: A Nova Cristandade

Winton - O Homem Que Salvou 669 Crianças

Entrevista de Winton

A lista de Winton

A incrível história do herói anônimo que salvou mais de 600 crianças da morte certa, mas guardou segredo sobre o que fez.

Um personagem inesquecível. Uma daquelas pessoas que mostram como é perfeitamente possível melhorar o mundo com um gesto. Um homem que salvou a vida de 600 crianças, mas guardou segredo sobre o que fez. O que ele diz, numa entrevista exclusiva ao Fantástico, é uma lição que serve para o resto da vida.

O homem que ocupa uma cadeira na primeira fila de um auditório jamais teve uma surpresa tão grande. Um dia, ele salvou a vida de 669 crianças. Mas perdeu totalmente o contato com elas. As crianças viraram adultos. O dia do reencontro chegou.

A história de Nicholas Winton é feita de lances incríveis. Discreto, ele jamais quis ser visto como herói. Preferiu guardar em segredo o bem que fez. Não disse nem à mulher que tinha salvado a vida de tantas crianças.

Ao arrumar o sótão de casa, ela descobriu, por acaso, um velho álbum coberto do poeira. Lá estavam fotos de crianças, cartas, telegramas e uma lista com nomes e datas. Quando procurou saber, a mulher de Winton descobriu que aquelas eram crianças que tinham sido salvas por ele. O que teria acontecido com elas? O que esse herói silencioso teria feito?

Quanto tinha apenas 29 anos, Winton viajou para a Tchecoslováquia em companhia de um amigo nas férias de fim de ano. Lá, ficou impressionado com o clima de medo. A Tchecoslováquia já estava sob o domínio da Alemanha nazista.

Winton teve uma idéia: tentar mandar para fora da Tchecoslováquia crianças de famílias perseguidas. Começou a escrever por conta própria para vários países pedindo ajuda. Organizou uma primeira lista de nomes.

Somente a Inglaterra e a Suécia aceitaram receber aquelas crianças. Winton organizou a viagem. Era uma decisão difícil. Para escapar do horror nazista, as crianças teriam de ser mandadas para longe dos pais.

"Nunca me esqueci da angústia que pude ver no rosto dos meus pais", diz uma mulher.

As crianças que partiram para um lugar seguro – a Inglaterra – não sabiam, mas jamais veriam os pais de novo. Os pais, a maioria judeus, morreriam nos campos de concentração nazistas.

"Eu entendi que não veria os meus pais de novo. É difícil falar. Sempre acreditei que a família é o que existe de mais importante", confessa um homem, que um dia foi uma das crianças salvas por Winton.

"Guardo a carta que meus pais me mandaram dias antes de serem enviados para um campo", diz outro homem, que também foi salvo por Winton.

Se é verdade que quem salva uma vida salva a humanidade, o que dizer de quem salva 669 vidas?

Quando as crianças desembarcaram na Inglaterra, lá estava Nicholas Winton esperando por elas. Uma imagem rara registra Winton na plataforma de desembarque com uma das crianças.

Winton só lamenta que o último trem, que traria 250 crianças, não tenha conseguido sair da Tchecoslováquia. O início da guerra, no dia primeiro de setembro de 1939, tornou a viagem impossível.

Nenhuma das crianças que não conseguiram embarcar sobreviveu. Também foram mandadas para os campos de extermínio.

Winton se alistou na Força Aérea. As crianças que tiveram tempo de embarcar para a Inglaterra na caravana organizada por Winton foram encaminhadas para casas de família e abrigos.

Winton nunca falou sobre o que tinha feito. Espalhadas por vários países, as crianças cresceram sem ter notícias do bem-feitor.

O bem que Winton fez rendeu frutos. As crianças se tornaram escritores, engenheiros, biólogos, cineastas, construtores, guias turísticos, jornalistas.

As crianças salvas por Winton se tornaram adultos generosos.

"Para expressar a gratidão pelo que aconteceu comigo, tento ajudar os outros", diz Joseph Ginat.

"Adotei três crianças", completa Tom Graumann.

"Hoje, trabalho dois dias por semana como voluntário num hospital infantil", revela Amos Bem Ron.

"Uma dos das melhores características do ser humano é a decência. Nicholas é uma dos seres humanos mais decentes que conheci", diz Joe Schlesinger.

Desde que a história de Winton se tornou pública, ele começou a receber todo tipo de homenagens. A rainha da Inglaterra chamou-o ao palácio para entregar uma condecoração. O governo da República Tcheca fez uma grande homenagem. O presidente dos Estados Unidos mandou uma carta de elogios e agradecimentos.

Mas o agradecimento mais comovente veio daqueles que Winton um dia salvou da morte certa. Um programa de TV inglês encheu o auditório de sobreviventes que foram salvos por ele quando eram crianças, mas nunca o tinham encontrado.

Primeiro, a apresentadora avisou a Winton que a mulher sentada ao lado tinha sido uma das crianças que ele salvou. A apresentadora pediu: "Quem, na platéia, teve a vida salva por Nicholas Winton, fique de pé, por favor". O agradecimento veio em forma de aplausos demorados e lágrimas. Tanto tempo depois, só havia uma palavra a dizer a ele: "obrigado".

O que o herói discreto tem a dizer sobre o que fez? Aos 98 anos de idade, Nicholas Winton deu uma entrevista ao Fantástico em casa, longe da agitação das grandes cidades, no interior da Inglaterra. Tudo o que quer é cuidar do jardim. Usa o tempo livre para ajudar um asilo.

O silêncio

Fantástico: Por que o senhor guardou segredo?

Nicholas Winton: Não é que eu tenha ficado em silêncio. O que aconteceu é que eu não tinha o que dizer sobre o que fiz.

O herói

Fantástico: O senhor se considera um herói?

Nicholas Winton: Não me vejo como um herói. Para ser herói, alguém precisa fazer algo de perigoso. Não fiz. O que fiz foi algo que os outros achavam impossível. Mas eu tinha de tentar, para ver se era possível ou não.

O gesto

Fantástico: Mas fazer algo que todos consideravam impossível não é um ato heróico?

Nicholas Winton: Não é um ato heróico. Meu lema é: se algo não é obviamente impossível, então, deve haver uma maneira de fazer.

O lema

Fantástico: Se o senhor tivesse a chance de se dirigir às pessoas que salvou, o que diria a elas hoje? O senhor acha que fez do mundo um lugar melhor para viver?

Nicholas Winton: É preciso mais do que um Nicholas Winton para fazer do mundo um lugar melhor. Mas tudo é uma questão de visão. Quase todas as crianças que salvei estão envolvidas hoje em trabalhos de caridade, estão fazendo o bem. O importante não é chegar em casa de noite e dizer passivamente: "Hoje eu não fiz nada de mau". O importante é chegar em casa e dizer: "Eu hoje fiz o bem".


Circula na República Tcheca um abaixo-assinado pedindo que o Prêmio Nobel da Paz seja dado a Nicholas Winton.

O principal projeto de Nicholas Winton para 2008 é comemorar, no dia 19 de maio, junto com seus filhos e netos, 99 anos de vida.

Texto e reportagem do programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão

O Desafio de Ser Diferente


Para dar início ao plano de salvação da humanidade, Deus escolheu um povo: Israel. Aquela nação precisava se tornar diferente das outras nações da terra. Se fosse igual, a escolha divina não teria efeito prático (Ex.19.4-6; Mal.3.18).


Se Israel fosse um povo comum, ninguém saberia que aquele era o povo de Deus. Logo, sua missão de levar o conhecimento de Deus estaria comprometida. A lei determinava um modo de vida bem distinto. A maneira de vestir, trabalhar, cultuar, o relacionamento social, a alimentação, a higiene, em tudo Israel demonstrava uma diretriz divina que o tornava especial.


Da mesma forma, a igreja hoje, no papel de povo de Deus, deve ser diferente do mundo. Não me refiro aos usos e costumes em geral, mas às questões morais, caráter, comportamento e espiritualidade.


Deus nos escolheu, não por sermos melhores, mas, tendo sido escolhidos, precisamos nos tornar melhores em função dessa escolha.


Em todo e qualquer lugar ou época, o servo de Deus será confrontado com algum tipo de cultura, incluindo uma mentalidade, uma cosmovisão, um conjunto de crenças e costumes. Tudo isso traz um espectro de normalidade, devido à ampla aceitação desses padrões. Embora toda cultura tenha seus valores legítimos e respeitáveis, também se incluem nesse conjunto muitas práticas pecaminosas que acabam sendo vistas como normais. Entretanto, ser normal não significa ser correto. Se “todo mundo faz”, não significa que o cristão possa fazer.


Vejamos alguns exemplos: Em nossa sociedade, a rebeldia contra os pais parece algo comum. O sexo entre solteiros ou nas relações extra-conjugais é cada vez mais natural. O homossexualismo é defendido por grande parte da população. Há quem considere a prostituição uma atividade profissional. É a deturpação dos valores fundamentais em um processo degenerativo da cultura.
Estamos, portanto, diante de uma encruzilhada. Cabe a cada um de nós a decisão: seguiremos o padrão mundano ou o padrão divino ensinado através da bíblia? Se vivermos como os mundanos vivem, estaremos caminhando juntamente com eles para a condenação eterna.


Se aceitarmos tudo o que eles aceitam, seremos inúteis, renunciando ao nosso papel de sal e luz (Mt.5.14). Isto não significa que seremos algum tipo de “polícia divina”, vigiando as pessoas e querendo corrigi-las, a não ser que tenhamos autoridade espiritual sobre elas. Precisamos apenas viver o evangelho, sendo exemplo de integridade. Se formos questionados sobre a razão da nossa fé ou do nosso comportamento, então nos manifestaremos verbalmente.


Paulo escreveu aos romanos: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2).


O Senhor tirou Israel do Egito e, imediatamente, lhe deu a lei para extirpar do povo o que houvesse de negativo e pecaminoso em sua herança cultural egípcia. Foi um processo árduo que durou 40 anos. Diante deles, porém, estava a terra de Canaã, que trazia novos desafios. Seria um choque cultural sob diversos aspectos, mas o que Deus não queria é que Israel viesse a adotar as práticas pecaminosas dos cananeus. O povo de Deus não poderia se igualar àqueles a quem o Senhor haveria de destruir.


“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá, não imitarás as abominações dessas nações. Não haja no teu meio quem faça passar pelo fogo o filho ou a filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro...” (Dt.18.9-14).
Israel não deveria aprender a idolatria das nações (Dt.12.29-32).


Pelo contrário, deveria aprender a lei de Deus (Dt.6.1-2; 6.6-9; 11.19). O que seremos ou que caráter teremos dependerá sempre daquilo que aprendemos. Por isso é tão importante o estudo bíblico. Canaã poderia ser uma escola maldita para Israel. Deus os preveniu para que não aprendessem os pecados dos cananeus (Dt.20.16-18), para que não os imitassem, nem se conformassem a eles (Ex.23.24). Israel estava ali para conquistar e não para ser conquistado pelos povos idólatras.


O mundo hoje se dispõe a nos ensinar gratuitamente a prática pecaminosa. São tantos maus exemplos que nos rodeiam e nos assediam diariamente, seja ao vivo ou pelos meios de comunicação. Existe uma pressão muito grande para que nos conformemos ao modo mundano de ser. Contudo, precisamos ser diferentes, nos conformando apenas com a vontade de Deus expressa através da sua palavra. O que aconteceu com Israel em Canaã? Aprendeu a idolatria e sofreu as conseqüências, indo para o cativeiro.


Para sermos diferentes precisamos ser corajosos como Sadraque, Mesaque e Abdenego que permaneceram de pé no meio de uma imensa multidão que se prostrava diante de um ídolo (Dn.3). Para honrarem o Deus de Israel, eles desobedeceram à ordem do rei Nabucodonozor. Se quisermos ser diferentes, precisaremos, algumas vezes, assumir uma posição de confronto a fim de defendermos os valores éticos cristãos. Assim, enquanto muitos estarão prostrados, caídos, permaneceremos de pé.


Muitas vezes, para sermos aceitos pelo grupo, nos sujeitamos aos costumes da maioria. Tememos a crítica, o desprezo e a perseguição. Aqueles jovens, porém, enfrentaram tudo isso, assumindo o risco de serem mortos, mas Deus os livrou de forma miraculosa.



Hoje, como cristãos, devemos ser diferentes dos mundanos, diferentes para melhor. Isto não significa que teremos mais dinheiro do que eles ou mais bens materiais. O que precisamos apresentar é um caráter precioso, uma vida digna de um representante de Deus na terra.
Tal diferença não pode significar um posicionamento orgulhoso ou soberbo. Não somos superiores ou mais preciosos que o nosso próximo.


O amor que Deus tem por nós é o mesmo que tem pelas outras pessoas. Contudo, a nossa diferença significa simplesmente que escolhemos obedecer a Deus, enquanto muitos o desobedecem. Entretanto, inspirados pelo nosso comportamento, aqueles que nos rodeiam podem se converter ao Senhor.


O que está em questão não é o valor da diferença em si, como se estivéssemos criando uma cultura cristã à parte. Não seremos excêntricos, mas diferentes apenas naquilo que for valioso diante de Deus. Tal diferença não significa alienação, mas apenas o cumprimento dos princípios que a palavra de Deus nos mostra. O cristão não deve ser esquisito nem isolado. Podemos nos misturar às outras pessoas, mas devemos recusar o que for pecaminoso.


Não é admissível que alguém, dizendo-se filho de Deus, viva como o ímpio. Quem quiser praticar a impiedade, que o faça, mas não use o nome de cristão nem traga vergonha para o evangelho. O servo de Deus não pode ser mentiroso, desonesto, ladrão, adúltero, sonegador de impostos, infiel, mas um bom exemplo no meio da sociedade.


Aqueles que honrarem o nome do Senhor, sendo diferentes do ímpio, irão para um lugar diferente daquele para onde o ímpio vai. Depois de haverem cumprido o propósito divino neste mundo, os justos serão recebidos na glória celestial. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo” Fp.2.15.


Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.


A Unidade da Igreja de Cristo


Certamente não há vários corpos de Cristo, mas apenas um. Também só há um Espírito, só um Senhor, só um Pai. O problema é nós enxergarmos isso diante do panorama que vive o Cristianismo hoje. Esse panorama parece uma nuvem que dificulta a nossa visão.

Um cristão é um seguidor de Cristo. Entretanto, para os evangélicos parece muito claro que os seguidores de Cristo são os que tiveram a experiência de serem iluminados por Deus a respeito da sua condição de perdição quando estavam sem Ele. Naquele momento, se arrependeram e aceitaram a salvação de Deus. A sua condição então mudou de afastados de Deus para comprados pelo precioso sangue de Cristo. Para os católicos, pelo menos às vezes parece que essa experiência não é condição "sine qua non" para ser um seguidor de Cristo.

Este é apenas um exemplo de diferença de doutrina entre pessoas que se confessam cristãs. Essa diferença exposta acima é tão fundamental que realmente ficamos com dificuldade de ver como poderia haver unidade num contexto assim.

Sendo assim, como o Senhor, o dono, o responsável pela igreja vê a unidade? Segundo Ef 4, um dos trechos bíblicos que fala sobre o assunto, a unidade é do Espírito (v. 3). Católicos, evangélicos e ortodoxos parecem pensar que o que determina se alguém faz parte do corpo de Cristo é a doutrina. Afinal, se a igreja não conhecer a verdade e não proclamar a verdade, como ela pode ser a manifestação, o corpo de Cristo na terra? O problema é que as doutrinas, como são muitas diferentes, são versões humanas da verdade. Se fossem a versão divina, obviamente seria apenas uma. Outro problema: se são várias versões da verdade, apenas uma é verdadeira. Talvez até, nenhuma das que são professadas seja a tal verdadeira.

Amados, as doutrinas são conjuntos de ensinamentos. O objetivo delas é levar as pessoas à verdade, mas elas não são a verdade. O Senhor disse que Ele é a verdade (Jo 14:6). As doutrinas não tem peso suficiente para levar os irmãos a se separarem. A resposta à pergunta é: todas as pessoas que são de Cristo formam o corpo de Cristo.

É claro que essa resposta suscita imediatamente a pergunta: e qual é precisamente a definição de "ser de Cristo"? Quem é legitimamente "de Cristo", uma vez que temos doutrinas diferentes entre os irmãos a respeito disso? Opa! Nuvem de novo! A questão é que: quando usamos a doutrina, o ensinamento para praticarmos as palavras ensinadas e sermos levados até o nosso Senhor, que é a verdade, este é o uso legítimo. Quando as usamos para tentarmos controlar a experiência com Deus, sistematizando-a em um conjunto de verdades, de modo que possamos dizer que uma coisa é verdade e a outra é mentira, esse uso anuvia a verdade. Na prática, quando o homem tenta controlar qualquer coisa entra a ambição, a inveja e todo tipo de pecado para anuviar a questão.

Nós não temos pureza suficiente para controlar a verdade, por isso ela foge ao nosso controle. A verdade é Cristo (se alguém buscar a verdade de todo o coração, ele vai encontrar Cristo). A verdade está expressa na Bíblia. Mas a verdade não pode ser controlada por nós.

Se alguém que lê isso tem experiência de igreja, vai perguntar: então, cada um faz o que quer? Não há nenhum controle? Sim, há. Mas não é do homem, é do Senhor da igreja. Não adianta o homem tentar sistematizar o controle. O único jeito é humilhar-se e buscar o Senhor. Se alguém que está em posição de supervisão não fizer isso, a Bíblia é clara em dizer que esse alguém vai prestar contas.

Amados, na visão de Deus, somos um no Espírito.
O Senhor abençoe a todos,
-----------------------------------------------------------------
Parte II
A Visão da Igreja

No artigo “A Unidade da Igreja de Cristo (parte I)”, vimos que o Corpo de Cristo é formado por todas as pessoas que são de Cristo. Vimos também que o Cristianismo está atualmente dividido em diferentes grupos, separados principalmente por causa de suas diferentes doutrinas. As doutrinas são ensinamentos destinados a nos levarem à verdade, que é o próprio Senhor Jesus. Elas também são usadas ilegitimamente para criar um controle humano sobre a experiência dos cristãos com Deus. O resultado desta distorção é a separação daqueles que constituem o corpo de Cristo em diversas facções.

Falta-nos agora ver que solução o nosso Senhor – que não está assistindo a tudo parado – está proporcionando para aqueles que o buscam. Sabemos que a vontade de Deus para o seu povo é que sejam um (Jo 17: 22 até o final do capítulo).

Em primeiro lugar, como eu já havia dito, quando queremos conhecer a verdade precisamos tomar os ensinamentos, as doutrinas. Mas elas não são a verdade em si. A verdade é Cristo. Deus é luz – a luz nos possibilita ver. Ver a nossa condição interior e ver o que está à nossa volta. Quando recebemos a Deus como luz, temos a experiência da verdade. Não é fácil explicar esse conceito, mas quem já experimentou este fato, pode reconhecê-lo nessa descrição simples.

Sendo assim, para conhecermos a verdade precisamos orar algo parecido com: “Amado Senhor, eu desejo abrir o meu interior, o meu coração para o que o Senhor deseja falar. Ajuda-me a recebê-lo sem reservas e ver o que o Senhor quer mostrar”. O contrário disso é ler um artigo como esse em busca de argumentos a respeito da verdade. Como eu expunha no artigo anterior, temos motivos para duvidar da pureza dos nossos argumentos.

Visto este primeiro ponto, será que é possível praticarmos a unidade? Num âmbito conceitual, a unidade precisa vir da submissão. Temos dois exemplos: o de Cristo que “tornou-se obediente até a morte” (Fp 2:1-11) e o de Satanás que se exaltou até o ponto de querer ser igual a Deus (Is 14:12-14). Ao submeter-se, Cristo destroçou a rebelião de Satanás, ajustando todo o Universo, que virá ao fim submeter-se a Ele por completo (Fp 2:10 e Ef 1:20-23).

Ao examinarmos a história da igreja, logo no seu início já a vemos criar partidos – uns de Paulo, outros de Apolo, outros de Cefas e outros de Cristo em Corinto (1Co 1:10-13); os judaizantes em Jerusalém (At 15) e depois outros. O processo pode ser parecido para todos: uma idéia se levanta de que os que lideram estão errados, alguns aderem, forma-se um movimento. Este movimento pode evoluir mais ou menos, vindo a se separar ou não. Após 2000 anos acontecendo isto temos a situação atual.

Notemos então, o que costuma ser o início de uma separação: um conceito sobre o que é certo ou errado. Esse paradoxo acontece porque tanto o certo quanto o errado pertencem à mesma árvore: a árvore do conhecimento do bem e do mal. É estranho que buscar o bem e rejeitar o mal possam nos levar a fazer o contrário da vontade de Deus, mas a Bíblia é bem clara sobre esse assunto. Caim, por exemplo, começou a situação que o levou a matar o seu irmão quando foi tentar agradar a Deus com uma oferta. No capítulo 7 de Romanos, Paulo explica que o homem ama o bem, mas encontra em seus membros uma “Lei” que o obriga a praticar o mal que odeia. Desta forma, não podemos confiar em nossas boas intenções ou no fato de estarmos certos.

Vemos então que, por causa do pecado que está no interior do homem, o corpo de Cristo se dividiu em muitos partidos. A mesma ambição e rebelião que são descritas no anjo de luz que se tornou o adversário de Deus moram em nós e contaminam até mesmo aqueles que foram lavados pelo sangue de Cristo e estão participando da edificação da sua igreja.

Mas tenhamos bom ânimo! As portas do Hades não prevalecerão contra a igreja (Mt 16:18)! Nem mesmo o ataque mais furioso de Satanás poderá vencer o Senhor.

Na história da igreja vemos que o Senhor sempre proporciona uma restauração usando aqueles que estão apercebidos, que vigiam, que oram, que o buscam, que querem segui-lo. Vemos também nas cartas às sete igrejas da Ásia nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse que o Senhor chama vencedores até nas igrejas em que a situação está mais difícil (na igreja em Tiatira, por exemplo, ensinamentos deturpados levaram alguns à idolatria com fornicação!).

O Senhor está edificando a sua igreja. O que nos cabe é segui-lo (Mt 16:24). Para isso precisaremos negar a nós mesmos para estarmos apercebidos, para orarmos. Às vezes dizemos que nos reunimos em determinado lugar porque lá encontramos pessoas que combinam socialmente conosco. Talvez estejamos nos reunindo com irmãos que nos ajudaram, ou que nós tivemos oportunidade de ajudar. Alguns de nós podem até conhecer muito sobre as doutrinas e estarem convencidos de que a sua denominação possui uma boa doutrina. Obviamente estes motivos não são errados em si mesmos. Entretanto, o Senhor tem uma vontade eterna, que Ele vai cumprir e essa vontade é de ter a sua igreja.

Vou usar o meu exemplo: eu nasci na Igreja Presbiteriana. Lá eu conheci o Senhor, me entreguei a ele, tive comunhão com os irmãos e fui ajudado a buscar o Senhor dia a dia. Um dia o Senhor me perguntou (não numa situação de honra para mim): você está na edificação da igreja Presbiteriana? Eu muito tenho sofrido depois que ouvi esta pergunta, mas o Senhor não me deixou escolha. Não obstante eu amar a igreja Presbiteriana, e principalmente os irmãos que lá se reúnem; não obstante eu poder testemunhar de que é uma boa igreja, eu não consigo mais buscar a edificação da igreja Presbiteriana. Eu preciso buscar a edificação da igreja, da única igreja.

Todos os irmãos que estão em uma determinada localidade são a igreja naquela localidade. No Novo Testamento havia a igreja em Jerusalém, a igreja em Atioquia, a igreja em Éfeso, a igreja em Corinto, etc. Quando Paulo se referiu à Galácia, uma região com muitas cidades, ele disse "às igrejas da Galácia". Esse é o limite do Senhor. Se eu estiver em uma mesma cidade que outro irmão, ambos pertencemos à igreja naquela cidade. Pode ser que o irmão tenha me ofendido gravemente. Pode ser que ele seja prepotente e não peça perdão. Pode ser que ele me tenha lesado financeiramente, como aconteceu em Corinto. Entretanto não é possível ele estar em outra igreja. Não há duas igrejas.

Se você me disser: eu não quero sair de onde estou porque tenho buscado o Senhor de coração e o Senhor tem se mostrado para mim. Tenha paz, amado irmão.Você e eu precisamos nos reunir onde o Senhor nos levar a reunir e não onde a nossa preferência ou conveniência determinarem. Nesse lugar sentiremos paz no coração, que é o sinal de que estamos com o Senhor. Em cada cidade, o Senhor está providenciando irmãos que dão o testemunho da unidade estabelecendo uma mesa para partir o pão e beber o vinho, em que todos os que são do Senhor naquela cidade são convidados. Se você se encontrar com esses irmãos e o Senhor o chamar para se reunir lá, seja fiel. Caso contrário, seja fiel também, em amar a todos os irmãos, pois todos formamos o mesmo corpo, o corpo de Cristo.

Bruno Spadoni.

Cristão, um Tipo Esquisito.



"Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos.
Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se para que possa estar cheio; admite estar errado para que possa ser declarado certo; desce para que possa ir para o alto; é mais forte quando ele é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente o pior.
Ele morre para que possa viver; renuncia para que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento.
(A. W. Tozer)

Perdão, a Faxina da Alma


O perdão é a cura das memórias, a assepsia do coração, a faxina da alma. O perdão é uma necessidade vital e uma condição indispensável para termos uma vida em paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Uma vez que somos falhos e pecadores, estamos sujeitos a erros. Por essa razão, temos motivos de queixas uns contra os outros. As pessoas nos decepcionam e nós decepcionamos as pessoas.

É impossível termos uma vida cristã saudável sem o exercício do perdão. Quem não perdoa não pode adorar a Deus nem mesmo trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa tem suas orações interrompidas e nem mesmo pode receber o perdão de Deus. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Quem não perdoa é entregue aos verdugos da consciência. O perdão, portanto, não é uma opção para o crente, mas uma necessidade imperativa.

O perdão é uma questão de bom senso. Quando nutrimos mágoa no coração, tornamo-nos escravos do ressentimento. A amargura alastra em nós suas raízes e produz dois frutos malditos: a perturbação e a contaminação. Uma pessoa magoada vive perturbada e ainda contamina as pessoas à sua volta. Quando guardamos algum ranço no coração e nutrimos mágoa por alguém, acabamos convivendo com essa pessoa de forma ininterrupta. Se vamos descansar, essa pessoa torna-se o nosso pesadelo. Se vamos nos assentar para tomar uma refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se nosso propósito é sair de férias com a família, essa pessoa pega carona conosco e estraga as nossas férias. Por essa razão, perdoar não é apenas uma questão imperativa, mas, também, uma atitude de bom senso. O perdão alivia a bagagem, tira o fardo das costas e terapeutiza a alma.

Mas, o que é perdão? Perdão é alforriar o ofensor. Perdoar é não cobrar nem revidar a ofensa recebida. O perdão não exige justiça; exerce misericórdia. O perdão não faz registro das mágoas. Perdoar é lembrar sem sentir dor.

Até quando devemos perdoar? A Bíblia nos diz que devemos perdoar assim como Deus em Cristo nos perdoou. Devemos perdoar de forma ilimitada e incondicional. Devemos perdoar não apenas até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Por que devemos perdoar? Porque fomos perdoados por Deus. Os perdoados precisam ser perdoadores. No céu só entra aqueles que foram perdoados; e se não perdoarmos, não poderemos ser perdoados. Logo, todo crente em Cristo precisa praticar o perdão.

Quem deve tomar iniciativa no ato do perdão? Jesus disse que se nos lembrarmos que nosso irmão tem alguma coisa contra nós, devemos ir a ele. Não importa se somos o ofensor ou o ofendido. Sempre devemos tomar a iniciativa, e isso com humildade e espírito de mansidão. Precisamos entender que o tempo nem o silêncio são evidências de perdão. É preciso o confronto em amor. Há muitas pessoas doentes emocionalmente porque não liberam perdão. Há muitas pessoas fracas espiritualmente porque não têm a humildade de pedir e conceder perdão. Precisamos quebrar esses grilhões, a fim de vivermos a plenitude da liberdade cristã.

O perdão é a manifestação da graça de Deus em nós. Se nos afastarmos de Deus, nosso coração torna-se insensível. Porém, se nos aproximarmos de Deus, ele mesmo nos move e nos capacita a perdoar assim como ele em Cristo nos perdoou.


Rev. Hernandes Dias Lopes